O medo é um sentimento comum a todas as espécies animais e serve para proteger o indivíduo do perigo. Todos nós temos medo em algumas situações nas quais o perigo é iminente. Reagimos de modo a nos defendermos e garantirmos nossa sobrevivência.

A fobia pode ser definida como um medo irracional, diante de uma situação ou objeto que não representa qualquer perigo para a pessoa. Com isso, essa situação ou esse objeto são evitados a todo custo. Essa evitação fóbica leva muito frequentemente a limitações importantes na vida cotidiana da pessoa. As fobias são acompanhadas de ansiedade importante e frequentemente de depressão.

1. Agorafobia: Inclui medo de espaços abertos, da presença de multidões, da dificuldade de escapar rapidamente para um local seguro (em geral a própria casa). A pessoa pode ter medo de sair de casa, de entrar em uma loja ou shopping, de lugares onde há multidões, de viajar sozinho. Muitas pessoas referem um medo aterrorizante de se sentirem mal e serem abandonadas sem socorro em público. Muitas pessoas com agorafobia apresentam também o transtorno de pânico.

2. Transtorno de ansiedade social (fobia social): A pessoa tem medo intenso de se expor em situações sociais, na presença de outras pessoas, pois tem receio de ser avaliada ou julgada por elas. Isso pode acontecer em reuniões, festas, restaurantes e outros locais. Tem medo intenso de ser o foco de atenção das outras pessoas. Muitas vezes elas são restritas a uma situação, por exemplo, comer ou falar em público, assinar um documento na presença de outras pessoas ou encontrar-se com alguém do sexo oposto. Muitas pessoas com transtorno de ansiedade social apresentam também baixa autoestima e medo de críticas. Usualmente a pessoa nessas situações apresenta rubor na face, tremores, náuseas. Em casos extremos pode isolar-se completamente do convívio social.

3. Fobias específicas (ou isoladas): Como o próprio nome diz, são fobias restritas a uma situação ou objeto altamente específicos, como: animais inofensivos (zoofobia), altura (acrofobia), trovões e relâmpagos (astrofobia), voar, espaços fechados (claustrofobia), doenças (nosofobia), dentista, sangue, entre outras. A incapacitação da pessoa no dia a dia depende do tipo de fobia e de quão fácil é evitar a situação fóbica.

As fobias atingem cerca de 10% da população. Em geral surgem na infância ou adolescência, persistindo na idade adulta se não são tratadas adequadamente. Acometem mais frequentemente pessoas do sexo feminino (com exceção do transtorno de ansiedade social, que atinge igualmente homens e mulheres). Depressão, uso de drogas e álcool podem ocorrer frequentemente associados aos quadros fóbicos.

O tratamento das fobias se faz com a associação de medicamentos com psicoterapia. Os medicamentos mais utilizados pertencem ao grupo dos antidepressivos, os ansiolíticos também são frequentemente indicados. A psicoterapia auxilia na compreensão de fatores que podem agravar ou perpetuar os sintomas fóbicos. A terapia cognitivo-comportamental auxilia o indivíduo a enfrentar gradualmente sua fobia. Mais recentemente foram desenvolvidos métodos de realidade virtual para auxiliar no tratamento dos quadros fóbicos.